quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Tragédias sem cor...

Você já viu um amontoado de roupas? Quando juntas não há nuance. São retalhos (sujos, maltrapilhos). Sem valor, sem urgência. Porém são um amontoado de histórias, de dores e valores (eu. você. tudo.). Mas doada e amontoada é só pano, repassada é lixo.

Somos daltônicos. Vivemos em um mundo sem cor. Somos macacos hipócritas, que só enxergam cores muito vibrantes, sem meio-tons e transparências.

Morremos de fome, de frio. Não temos teto, transporte, nem nada o ano todo... a vida toda. Na bola redonda em que nos encontramos somos um câncer.

A tragédia aconteceu, as famílias foram engolidas por barro e água, a geografia foi alterada. Por deus, muitos viveram (aliás, não muitos morreram). E grande parte desses vivos agora estão famintos, sem-teto e etc.

É nessas horas que somos macacos caridosos. Movemos polegares e indicadores para o bem do próximo. Céus me amaldiçoem, mas pessoas morrem de fome e frio o ano todo, além de doenças e outras tragédias cotidianas. Mas estas não são coloridas, estas não são grandiosas. É isso que nos torna daltônicos (porque não "cegos"). Daltônicos e hipócritas mais uma vez. Ignoramos aquilo que não mancha a programação, que não dá IBOPE, aquilo rotineiro, que roda com a roda.

A criança, o mendigo, o idoso e todo o resto... eles sempre estiveram ali! Já não têm mais contraste.

Aprendemos o valor do que não temos e esquecemos daquilo que está ao nosso lado.

Quando temos tragédias, como a de Santa Catarina descobrimos nosso melhor lado. De certo, Gabriel não estava errado (Constantine)!

PS: Dúvidas? Comente...

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